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segunda-feira, 6 de maio de 2013

É Hora da Lenda [5] - O Truque do Sennin da Montanha

3 Homens, puxando uma carroça cheia de melões, coberta por uma lona, saíram de Yamato (Antiga capital do Japão) e seguiram em direção a Heian-kyo nova capital.

No meio do caminho, ao norte de Uji, os 3 trabalhadores, exaustos e sedentos, resolveram dar uma paradinha para um bom descanso sob a sombra de um pé de caqui e para comer um melão. Neste exato momento, passou pela estrada um velho que seguia amparado em seu cajado. Ao ver os homens comendo com tanto gosto, parou em frente deles e pediu:



- Sumimasen, senhores. Estou com uma fome danada, será que não poderiam me dar uma fatia desse melão ?

- Não podemos, velho, que a carga dessa carroça é uma encomenda do palácio imperial e não podemos desfalcá-la, respondeu um dos homens pingando o suco da fruta pelos cotovelos e barbas.

- Por favor, me deem ao menos uma fatia.

- Vá Plantar teuis próprios melões, velho chato. - Respondeu, sem paciência o segundo deles, falando de boca cheia - Ótimo ! Vou plantar então, respondeu o velho com um sorriso tranquilo e assim falando começou a fazer o desenho de um canteiro  com o cajado bem em frente aos três homens.

- Isso, plante, que daqui há alguns meses, se as sementes vingarem, poderá poderá provar um melão carnudo como este meu, disse o terceiro homem e os 3 começaram a gargalhar com o mesmo gosto que comiam.

- Mas é provavel que até la o senhor ja tenha morrido de sede, antes dos melões apontarem os brotinhos!
O Ancião, sem se importar com o escárnio dos vendedores, quando acabou de fazer o desenho do canteiro, juntou as sementes que os homens haviam espalhado pelo chão e as plantou no canteiro improvisado.

O riso morreu quando perceberam que as sementes recem plantadas começavam a brotar a olhos visto. As folhas foram se abrindoe os talos cresciam sem parar. Em segundos, as flores se abriram e os frutos nasceram, cresceram e logo os melões estavam maduros e espalhados em volta deles, prontos para serem colhidos

Em menos de 10 minutos o velho já estava colhendo grandes melões maduros e de um maravilhoso cheiro.

- Eis os melões maduros e no ponto para comer, disse o velho estalando os dedos num deles e depois rachando-o no meio com uma pedra.

Os homens, boquiabertos, nem tiveram tempo para raciocinar sobre o que estava acontecendo e o velho ja distribuia melão para todos, com uma larga generosidade e fartura !

- Esperamos que entenda o entenda o porquê de não termos dado um melão para matar sua sede, desculpavam-se os 3 homens por sua avareza

- Eu entendo perfeitamente, o que passou, passou.

Fartaram-se de comer e então o velho peregrino disse:  - Bem meus amigos, ja matei minha sede agora é seguir meu caminho - assim prosseguiu e desapareceu nas curvas empoeiradas.

- Bem vamos la também.
Quando se puseram a puxar a carroça perceberam que estava leve de mais para uma carroça cheia de melões.
- Ou ficamos muito fortes, ou..., disse um deles tirando a lona da carroça
Todos os melões haviam sumido !

- Velho trapasseiro, nos deu um golpe !

- Ele era um maldito sennin e fomos vítimas de um truque ilusionista.

- O desgraçado se lambeu de tanto comer e fez com que nós distribuissemos os nossos própios melões.

Assim, Retornaram os 3 vendedores sobre os próprios passos para Yamato, para recarregar a carroça e se explicar com o dono dos melões, que se não era o Imperador, como haviam tentado tapear o Velho Tapeador, não era por isso menos autoritário e imperativo !

domingo, 24 de fevereiro de 2013

É Hora da Lenda [4] - O Machado de Ouro do Lago




Há muitos e muitos anos atrás no Japão,vivia num vilarejo ao pé da montanha,um casal de velhinhos bondosos.
Certa ocasião o velhinho foi cortar lenha como de costume.Embrenhou na mata e começou a trabalhar perto de uma linda cachoeira,cuja queda da água formava um lago.
Quando o velhinho estava picando galhos secos de árvores para fazer lenhas,a cabeça do machado desprendeu do cabo e voou para dentro do lago.Com muita dificuldade o velhinho desceu até à margem do lago,preocupado em recuperar aquela importante ferramenta de trabalho.Como o lago era fundo,o velhinho ficou sem saber o que fazer.
Então ocorreu de fazer uma prece pedindo ao deus do lago que lhe ajudasse a recuperar seu instrumento de trabalho.
Antigamente os japoneses desconheciam religiões estrangeiras e todos,influenciado pela religião nativa Shintô,acreditavam que em todas as coisas da natureza existia um deus que nela habitava. Assim que acabou derezar pedindo a graça de recuperar o seu machado,o velhinho viu uma enorme carpa dourada saltando sobre a água com algo de intenso brilho na boca.Em seguida o peixe veio em direção do velho trazendo a cabeça de um machado.Quando ele chegou junto a margem,o velhinho ficou surpreso ao ver que o machado era de ouro.
O peixe fez um gesto com a cabeça e o ancião entendeu que estava lhe oferecendo o machado dourado.Mas o velhinho era honesto demais para aceitar aquilo que não lhe pertencia.
-Obrigado,mas não posso aceitar.Esse machado de ouro não é meu.O meu é um machado de ferro,um tanto gasto de tanto me ajudar no trabalho.
Então a carpa deu meia volta,mergulhou para o fundo do lago e voltou com a velha cabeça do machado na boca.
O velhinho esticou a mão apanhou o machado.Em seguida fez reverências agradecendo respeitosamente a grande carpa,que ele sabia que era o deus do lago.Assim que o peixe voltou a mergulhar,o velho lenhador voltou para casa feliz por ter recuperado seu bom machado.
Em casa contou a sua esposa o ocorrido e ela sentiu grande alegria ao saber que o deus do lago havia ajudado seu marido a recuperar o machado de ferro.O velhinho pensou em colocar um cabo novo,mas a velhinha aconselhou-o a deixar para o dia seguinte,pois o dia fora muito cansativo.
Na manhã seguinte quando acordaram,os dois tiveram uma bela surpresa.O machado de ferro havia se transformado em uma peça de ouro maciço.
-Se é da vontade insistente do deus do lago,devemos aceitar de bom grado.Disse o velhinho agradecido.
Na casa vizinha morava um casal de velhos bem preguiçosos.Diariamente,a vizinha vinha emprestar lenha,pois achavam muito trabalhoso buscar na mata.Assim, como de costume,naquela manhã,a vizinha veio emprestar lenha e deparou com os velhinhos admirando o machado de ouro. Ao ver aquela peça dourada,os olhos dela quase saltaram para fora de tanta cobiça.
- Meu Deus!!Deve valer uma fortuna! Como conseguiram esse tesouro?
Então o velhinho contou tudo que havia acontecido no dia anterior.A vizinha voltou correndo para casa e contou a história para o marido, e mandou que ele fosse ao lago da cacheira,fazer a encenação de que estava cortando lenha e derrubar o machado na água.
O vizinho chegou no mesmo local e fingiu que estava cortando lenha,deixou o machado cair na água.
Em seguida rezou alto:
- Deus do lago,por favor, ajude-me a recuperar meu machado que afundou no lago.
De repente surgiu na superfície uma carpa grande trazendo o machado dele na boca.
Vendo que se tratava de seu machado de ferro,o vizinho reclamou mentindo:
- Mas esse não é o meu machado... o meu machado é de ouro.
A carpa mergulhou para o fundo do lago e coltou com um machado de ouro.Vendo aquela peça reluzente os olhos do homem começaram a brilhar de tanta cobiça e sem conseguir se conter, correu em direção da carpa tentando apanhar o machado.Na ânsia desenfreada de possuir aquele tesouro,esqueceu da profundidade do lago e acabou se precipitando para o fundo e morreu afogado...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

É Hora da Lenda [3] - A Kitsune


As Kitsunes são conhecidas principalmente como mensageiras do Deus do arroz, da agricultura e da fertilidade. Elas estão entre os Yokais mais poderosos por possuirem vários poderes que variam da sua função e da sua idade.

Existem 2 tipos de Kitsune, as Zenko e as Yako, e o modo de diferencia-los é:
A primeira é fiel ao Deus Inari e a segunda é conhecida por pregar peças em humanos

O poder de uma Kitsune é medido pelo tanto de caudas que ela possui. Levando em conta que cada cauda leva 100 anos para crescer e pode chegar ao máximo de 9 caudas.



Elas podem se disfarçar como mulheres com traços finos ou até mesmo crianças. As mais fortes podem até se transformar em árvores, e dependendo do nivel de poder, algumas podem até se tranformar em uma segunda lua no céu

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

É Hora da Lenda [2] A Lenda do Tigre e do Dragão

A pedidos vou fazer esse dedicado a Lenda do Tigre e do Dragão



Conta a lenda que o Dragão era um animal ambicioso e queria tirar o trono do Tigre, que no Oriente é o rei dos animais. Isso provocou homéricas lutas entre os dois, que durou muitos e muitos anos, sem que nenhum saísse vitorioso. Como os demais animais não conseguiam dormir, devido a barulheira que esses dois faziam na eterna briga, pediram ao deus Zenchi no Mikoto para intervir na briga e fazer um julgamento dos dois. Ao saber disso, o Dragão ficou muito preocupado pensando que seu aspecto não era suficientemente impressionante para ser nomeado rei.


Nessa época o Dragão ainda não tinha chifre, e quem tinha era o Galo. Então um mukade (lacraia, espécie de centopéia) sugeriu ao Dragão que emprestasse o chifre do Galo para ficar com o aspecto mais feroz. Em princípio o Galo recusou-se a fazer o empréstimo, mas como a centopéia endossou a honestidade do Dragão, o Galo que era muito amigo da centopéia concordou com o pedido. 


No dia do julgamento, Zenchi no Mikoto desceu ao Monte Fuji em seu Cavalo Alado e encontrou o Tigre e o Dragão com aspectos terríveis, fazendo poses ferozes e mostrando as garras. Cada um queria mostrar que era o mais valente e temido entre os animais. A divindade Zenchi sem titubear nomeou o Tigre, rei da terra, e o Dragão, rei da água. Como o Tigre já havia sido escolhido para ser animal-signo, deu a mesma prerrogativa ao Dragão. 


O Dragão ficou muito feliz com sua nomeação a rei e a animal-signo e concluiu que não poderia devolver o chifre pois com ele se apresentou na frente do deus Zenchi no Mikoto. E o chifre era uma espécie de coroa de sua nobre posição de monarca da água. O Galo ficou furioso e foi procurar a centopéia endossante do Dragão. Esta se escondeu debaixo da terra pois não tinha como se desculpar. Dizem que ainda hoje, os galos adoram comer centopéias, e seu canto na verdade é seu grito de protesto ao Dragão.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

É Hora das Lendas ! [1]

Yooo minna, hoje resolvi começar um quadro novo aqui para o blog que sera contada varias lendas japonesas, chinesas e derivadas (kkk). Se quiserem alguma em especifica só deixar nos comentarios que assim que eu ver dou uma pesquisado e se tudo der certo faço sobre ela. Agora chega de conversa e vamos a nossa primeira lenda


Os Quatro Dragões



Conta a lenda que existem quatro dragões, que vivem sobre a proteção dos deuses:






Tien-lung, o dragão celestial; 
Shen-lung, o dragão espiritual, responsável pelas chuvas e ventos; 
Ti-lung, o dragão que controla os rios e as águas na Terra;
Futs-lung, o dragão dos subterrâneos, que guarda pedras e metais preciosos. 
Há também mais quatro dragões ligados aos rios, conforme a região (norte, sul, leste e oeste) e o comandante dos dragões, que controlam os rios, que se chama ”o grande Chien-Tang”. Ele possui um corpo cor de sangue vermelho, uma juba de fogo e 900 pés de comprimento.
Um dos dragões, é pai de 9 filhos com características muito especiais. São eles:
Haoxian, que é um dragão imprudente; 
Yazi, valente e belicoso (normalmente é representado na decoração das bainhas de espadas e punhais); 
Chiwen, que está sempre a olhar para o horizonte (pode decorar pináculos); 
Pulao, que gosta de rugir (aparece em representações de sinos); 
Bixi, que gosta da companhia de outros seres;
Quiniu, que gosta de música e é normalmente representado em instrumentos de cordas;
Suanmi, que gosta de fumo e fogo e é representado nos queimadores de incenso; 
Jiaotu, que vive enrolado como um caracol e pode ser utilizado na decoração de portas.
Ora todos eles comem muito bem e sandam sempre famintos por alimentos como bambu, leite, nata, carne de andorinha e outros alimentos inofensivos, pois normalmente não costumam devorar pessoas como consta por aí…
Ainda assim, a tradição diz ser arriscado andar de barco depois de eles terem comido carne de andorinhas, uma vez guiados pelo cheiro, podem fazer alguma confusão e seriam capazes de engolir uma pessoa inteira!